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quarta-feira, 11 de julho de 2012

A culpa é do cinema!


Ninguém me ensinou a assistir filme, eu aprendi sozinho. E foi sozinho também que comecei a acreditar que tudo aquilo que mostram na tela poderia ser verdade. É tudo tão colorido, até quando é em preto e branco, eu digo, é tudo tão lindo, romântico, patético, invejável. Então cresci iludido de que minha vida poderia ser perfeita daquele jeito. Ai, que burrice!

Depois de quebrar a cara algumas vezes – diga-se milhares de vezes – parei de vez com filmes de comédia romântica. São tão estúpidos. Sempre tem um casal de idiotas que estão numa situação ruim e são tão idiotas que conseguem piorar aquilo tudo ainda mais, mas no final eles resolvem aquele problema e são felizes para sempre. Será que preciso ser idiota pra conseguir um final feliz?

Eu não quero final feliz, eu digo, não quero um final. Não quero que seja perfeito. Quero que seja natural, verdadeiro e até cheio de crises, complexos, conflitos, porque ninguém no mundo está livre disso, e essas coisas são necessárias para fortalecer o relacionamento. Mas eu quero tudo isso com alguém disposto a lutar pra fazer isso funcionar, simplesmente porque no Amor Verdadeiro não existem pessoas certas, existem pessoas que se dedicam a fazer ele dar certo. O Amor é isso: adaptação. Essa parte eu já aprendi, mas eles não. E sempre vão embora antes mesmo que eu tenha a chance de mostrar que vale a pena tentar.

Eu também parei de idealizar gente atenciosa ao extremo, que vai me ligar tarde da noite pra desejar bons sonhos, que vai inventar desculpa pra me ver num horário improvável porque bateu saudade. E também sempre soube que também não devo ser assim, porque a maioria das pessoas não gosta disso. Tem algo a ver com privacidade, enfim, coisa de gente que preza por liberdade, ou (inconscientemente) ficar sozinha, provavelmente.

Só não consigo deixar de ser romântico. Eu gosto de trazer chocolates, gosto de dar presentes, preparar tudo para uma noite especial juntinhos. E não faço isso por conquista (no sentido vulgar da intenção), mas porque quando estou envolvido, penso nele várias vezes ao dia, sinto imensa necessidade de dizer, com gestos, “meu bem, me lembrei de você” - quando na verdade não me esqueci em nenhum momento.

E vale de alguma coisa tudo isso? Tá, no momento vale. No momento do fato tudo vale, tudo é lindo. No início costuma ser, não é? Mas quando acaba nem lembram mais desses detalhes. E eu fico me sentindo um idiota por ter me esforçado tanto pra fazer dar certo, me achando exagerado, mais exagerado que Cazuza, e me perguntando onde foi que eu errei.

Acho que assisti filmes românticos demais. Preciso parar com isso. Mudar de tática... hummm!

“Oi, gato! Quero jogar com você... hihihi.”

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